- 23 de fevereiro de 2022
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Uma das faces mais cruéis e humilhantes da crise econômica brasileira
Você, caro leitor, conseguiria viver, sem qualquer infraestrutura de apoio, em uma simples barraca de acampamento num lugar qualquer da rua?
E se ainda precisasse submeter a sua família a essa situação degradante?
Isso não é cena de reality show de televisão e nem é uma prova de resistência. Infelizmente, é a vida real e no limite de milhares de brasileiros privados de suas casas e sem moradias dignas.
Só em São Paulo, a maior e mais rica cidade do país, a população que vive nas ruas cresceu 31% nos últimos dois anos por causa do agravamento da crise econômica com a pandemia. Para se ter uma ideia, o estado de São Paulo tem 645 municípios. E em 449 deles a população é menor do que a quantidade de moradores em situação de rua na capital.
O censo da População em Situação de Rua, concluído recentemente pela prefeitura de São Paulo, trouxe números estarrecedores:
– a cidade tem 6.778 pontos com “moradias improvidas”, ou seja, barracas – crescimento de 330% em relação a 2019;
– aumentaram as pessoas informando que tem mais algum parente na barraca: de 20% para 28,6%. Isso quer dizer que tem mais famílias sobrevivendo desse jeito;
– o total de pessoas em situação de rua chega a 31.884 – em 2019 eram 24.344 (um número já absurdamente alto);
– a maioria são homens com média de 41,7 anos de idade – ou seja, uma idade economicamente ativa, mas que estão sem trabalho;
– 70,8% são pretos ou pardos;
– e também tem mais mulheres e comunidade LGBTQIA+ sem moradia digna.
A situação é gravíssima, revoltante e reflete o que acontece em outras grandes cidades brasileiras que não fizeram esse levantamento por omissão ou por descaso. Além do imenso problema social, com a evidente dificuldade sanitária, essa população já abandonada ainda fica mais exposta a contaminação por Covid-19.
Mais do que acolhimento, é necessário que nossos gestores (em todas as esferas de poder) coloquem em prática políticas públicas para específicas para essa população, com ações para geração de trabalho e renda. A economia brasileira precisa voltar a crescer e a gerar empregos – é daí que vem o dinheiro honesto que garante a dignidade das pessoas.
As empresas, por sua vez, devem colaborar. Muitas já atuam no Investimento Social Privado com louvor. É neste grupo que LeftBank quer estar com a atuação do Instituto LeftBank, que vai direcionar 20% do resultado do banco para apoiar iniciativas de inclusão social, geração de renda e empoderamento de minorias.
Cidade de São Paulo:
6.778 pontos com “moradias improvidas”
+ 330% em relação a 2019
Aumento de 20% para 28,6% das famílias vivendo em barracas
31.884 pessoas em situação de rua; em 2019 eram 24.344 (+ 31%)
Maioria homens desempregados com média de 41,7 anos de idade; 70,8% são pretos ou pardos
Fonte: Censo da População em Situação de Rua da Cidade de São Paulo.
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